Por muitas décadas, o emprego de substâncias químicas no manejo do solo foi disseminado em todas as partes do mundo como o jeito convencional de se fazer agricultura - como se o solo fosse apenas um suporte físico para as plantas.

Uma convenção que atualmente sabemos ser equivocada, já que a aplicação de elementos químicos é uma técnica ultrapassada e que gera inúmeros prejuízos não só ao solo como também às plantas e à própria produção de alimentos.

Hoje podem ser aplicadas outras formas de manejo do solo muito mais eficientes, técnicas que privilegiam a agricultura sustentável e tiram o máximo de proveito do potencial do solo sem prejudicar seus recursos naturais - especialmente o manejo agroecológico, que ainda gera uma produção melhor que o manejo convencional.

Outra possibilidade é adotar o manejo da agricultura orgânica por substituição de insumos, também capaz de produzir alimentos mais saudáveis do que o manejo convencional. Este é, no entanto, um tipo de manejo que pode se tornar árduo e resultar em uma produção pequena se não for guiado por princípios ecológicos.

Uma coisa é certa: por empregar substâncias químicas que exterminam a matéria orgânica que vive embaixo da terra, o manejo convencional apoia-se em técnicas que vão aos poucos (literalmente) matando o solo. Sem o devido cuidado no manejo do solo, os próprios recursos do planeta Terra podem ficar cada vez mais escassos.

Continue a leitura e saiba mais sobre as diferentes formas de manejo do solo!

O manejo convencional

Obsoleto e ineficiente, o manejo convencional do solo baseia-se no uso de pacotes químicos para "nutrir" as plantas cultivadas na produção. E as três principais práticas do manejo convencional são desastrosas para o meio ambiente:

  • A calagem corretiva decompõe rapidamente a matéria orgânica no solo;
  • A aração profunda favorece a decomposição da matéria orgânica e cria uma nuvem de gás carbônico que se dissipa na atmosfera, aumentando o efeito estufa;
  • A adubação nitrogenada, que consiste em inserir grande quantidade de nitrogênio no solo, também acelera a decomposição da matéria orgânica.

A utilização destas técnicas convencionais elimina as comunidades microbianas que vivem embaixo da terra - microrganismos que são fundamentais para a riqueza do solo e a continuidade da vida. Como resultado, o solo se comprime, endurece e fragmenta-se. Mas os efeitos negativos do manejo convencional não param por aí:|

  • Os agrotóxicos impedem que a natureza elimine as plantas com deficiência nutricional;
  • Os herbicidas eliminam insetos, microrganismos e até plantas nativas;
  • A irrigação intensiva degrada o solo e gera mais demanda por água justamente onde o recurso é mais escasso;
  • O desmatamento das florestas nativas para o plantio de monoculturas está aquecendo o clima e secando o nosso planeta.

Manejo orgânico por substituição de insumos

O manejo orgânico por substituição de insumos é capaz de produzir alimentos mais saudáveis do que o manejo convencional - mas é também é um manejo difícil e de produtividade baixa, pouco acessível e que exige sacrifícios do produtor. Entenda o porquê:

  • Trabalha com solos mortos e aplica grande quantidade de esterco e compostos orgânicos, acreditando que tais materiais nutrem o solo e as plantas;
  • A aração profunda leva à superfícies camadas já mortas do solo;
  • Caso seja mal aplicado, o material orgânico que é enterrado no solo pode gerar gases tóxicos para as raízes das plantas;
  • Se a muda for mal plantada e a raiz crescer mal posicionada, a planta não se desenvolve corretamente e a própria produção é afetada.
  • Quando a necessidade de irrigação é frequente (ainda mais se o solo já estiver cheio de água), é provável que o manejo orgânico por substituição de insumos esteja sendo mal realizado.

Manejo agroecológico

Das três formas de manejo do solo, o manejo agroecológico é aquele que melhor aproveita os recursos naturais sem esquecer de respeitar os ciclos normais da natureza. É um manejo que, por evitar ao máximo alterar as características naturais do local do plantio, pode aproveitar ao máximo o que o solo tem a oferecer.

Totalmente conectado ao conhecimento que o próprio agricultor vai aprimorando com a experiência, o manejo agroecológico baseia-se em cinco aspectos capitais:

1.Solos vivos e agregados (bem estruturados)

A interação entre elementos minerais e os microrganismos que vivem na terra é o que dá vida ao solo: é esta relação que torna o solo granuloso e poroso para a passagem do ar e da água. Também são os microrganismos que concedem os nutrientes que as plantas necessitam para crescer.

2.Biodiversidade

A diversidade das espécies de plantas em um mesmo local é o que garante mais estabilidade na produção biológica. Somente uma matéria orgânica diversificada é capaz de oferecer todos os nutrientes que as diferentes formas de vida do solo precisam para viver.

3.Proteção do solo contra o aquecimento excessivo, o impacto da chuva e o vento permanente

O manejo agroecológico pede que o solo seja protegido contra a insolação direta, o impacto da chuva e as rajadas de vento - principalmente para que a água não evapore e infiltre-se no solo. A proteção pode ser conferida por uma camada de palha ou uma vegetação densa.

Sustentável este tipo de manejo contribui fortemente para a redução das consequências do desmatamento e das mudanças climáticas. Por isso, os produtores comprometidos com questões ambientais ganham destaque no mercado. Além disso, essas empresas podem buscar um diferencial ainda maior: o selo de certificação sustentável.

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Agroecologia: conheça as formas de manejo do solo
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