Se já se questionou acerca do impacto ambiental dos produtos têxteis que usamos diariamente, está no lugar certo.

Neste artigo, trazemos informações valiosas retiradas da pesquisa "O papel das fibras têxteis de base biológica num sistema têxtil circular e sustentável", elaborada por especialistas do Centro Temático Europeu sobre Economia Circular e Uso de Recursos (ETC), incluindo Jana Deckers e Saskia Manshoven da VITO, bem como o especialista da Agência Europeia do Ambiente (EEA) Lars Fogh Mortensen.

Ao longo deste artigo, examinaremos diferentes categorias de fibras de bases biológicas, incluindo fibras naturais, celulósicas sintéticas. Cada uma dessas categorias tem as suas próprias caraterísticas e desafios ambientais, sendo que vamos analisar como elas se comparam em termos de sustentabilidade.

No entanto, a transição para alternativas mais sustentáveis não é isenta de desafios. À medida que a indústria procura reduzir a sua dependência de fibras sintéticas derivadas de combustíveis fósseis, surgem novas questões.

Em busca da sustentabilidade

Nos últimos anos, a procura por fibras alternativas mais sustentáveis tem-se tornado uma tendência importante, visando reduzir os impactos ambientais e climáticos de têxteis e moda.

O impacto ambiental dos produtos têxteis é, além da fase de uso, definido em grande parte pela fase de produção. Mais precisamente, a produção de roupas contribui com cerca de 80% dos impactos totais de mudança climática, principalmente através do uso de combustíveis fósseis nos processos produtivos.

Desses 80%, a produção de fibras representa 16% dos impactos de mudança climática. No caso do algodão convencional, a fase de cultivo predomina em termos de impacto de escassez de água (87%).

Consequentemente, alguns desenvolvimentos procuram diminuir a dependência de combustíveis fósseis substituindo fibras sintéticas por alternativas renováveis, enquanto outros tentam substituir o algodão por alternativas que utilizem menos água e terra.

No entanto, identificar tipos de fibras superiores em termos de redução de impactos ambientais e climáticos é muito desafiante, senão mesmo impossível, uma vez que a produção têxtil envolve uma das cadeias de fornecimentos mais complexas, e surgem questões ambientais e climáticas em todas as etapas do ciclo de vida, nem sempre diretamente visíveis, já que muitas das questões podem ocorrer fora da Europa.

Para garantir a real sustentabilidade das fibras alternativas, é crucial monitorizar o seu desempenho ambiental e identificar possíveis consequências não intencionais que possam surgir do desenvolvimento e divisão do uso de matérias-primas ou processos alternativos.

A natureza global das cadeias de valor têxtil torna ainda mais complexa a avaliação dos impactos ambientais e climáticos. Principalmente a parte agrícola da cadeia de fornecimento de têxteis está localizada fora da Europa.

Apenas 8% do uso de terra para têxteis consumidos por famílias europeias; 13% do uso de água; 15% de outros recursos ocorrem na Europa.

Num mundo em constante evolução rumo à sustentabilidade, a certificação desempenha um papel crucial na indústria têxtil para manter um nível ideal de responsabilidade ambiental e social.

Ao adotar padrões rigorosos e reconhecidos, as empresas têxteis podem garantir que as suas operações estarão alinhadas com práticas sustentáveis e transparentes.

A certificação não só auxilia na redução dos impactos negativos do setor como também fornece aos consumidores informações de confiança para tomadas de decisão conscientes.

A exploração dos impactos ambientais na indústria têxtil.
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