Clima em constante aquecimento, secas frequentes, pouco espaço disponível para cultivo e desperdícios exorbitantes de comida - tanto na produção quanto à mesa - são só algumas das questões que desafiam a alimentação do futuro. Em 2050, afinal, daqui a menos de três décadas, a ONU estima que a população mundial vai girar em torno de 10 bilhões de pessoas.

Produzir alimentos o suficiente para tantas bocas é um obstáculo com outras complicações: como fazer isso sem prejudicar o já degradado meio ambiente ou acelerar ainda mais o aquecimento global? E como assegurar que as pessoas tenham acesso a alimentos saudáveis e ricos em nutrientes com tamanha exigência de produtividade na indústria?

São perguntas que você desvenda a seguir!

Como produzir alimentos suficientes, a preços acessíveis, para abastecer a população do planeta?

Alimentar toda a população do planeta, ao menos hoje, não é um problema causado por falta de comida. De acordo com o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA), atualmente é produzida comida o suficiente para todos - e mesmo assim 10% da população passa fome, 25% carece de nutrientes e 25% é obesa ou acima do peso.

Os grandes vilões da carência alimentar são, segundo a ONU, o desperdício e o mau-uso da terra. Do campo até a mesa do consumidor, todo ano são desperdiçados 1,3 bilhão de toneladas de comida - o equivalente a aproximadamente ⅓ de toda a comida que é produzida. E mais de metade das terras agrícolas do mundo são usadas só para pecuária.

Brasil pode ser protagonista da alimentação do futuro

A necessidade de diversificar a produção agrícola sem prejudicar o meio ambiente pode alçar o Brasil, que já é uma potência no agronegócio, ao protagonismo na alimentação do futuro. Pesquisas de desenvolvimento e outros investimentos e iniciativas que estão ocorrendo pelo país devem aumentar a produtividade de forma equilibrada e sustentável.

A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (EMBRAPA) anunciou, por exemplo, que 90 milhões de hectares de pastagens degradadas serão convertidas em áreas agrícolas sem que novos desmatamentos sejam realizados. Cumprir a meta internacional de redução das emissões de carbono na pecuária em 30% é outro compromisso a ser honrado.

A natureza é essencial para a agricultura e a nutrição

A pecuária não é a única culpada pelo mau-uso da terra, já que 60% da dieta global deriva da cultura de apenas três cereais: o arroz, o trigo e o milho. Não por acaso, a cada três pessoas, uma sofre com algum tipo de desnutrição - número que deve piorar se os níveis de CO2 seguirem crescendo, o que retiraria ainda mais nutrientes das culturas agrícolas.

É aí que entram os verdadeiros alimentos do futuro: variados produtos veganos riquíssimos em nutrientes e criados a partir de uma agricultura que não utiliza substâncias químicas e que protege o meio ambiente.

Dez desafios para a alimentação do futuro

Confira abaixo os dez principais desafios que precisam ser superados para assegurar, à população mundial, a alimentação do futuro:

1.Aumentar a produtividade de forma sustentável;

2.Proteger os recursos naturais fundamentais para a alimentação;

3.Gerar oportunidade e renda nas zonas rurais;

4.Prevenir ameaças à agricultura;

5.Tornar a alimentação da população mais eficiente e inclusiva;

6.Pôr fim à fome e à desnutrição;

7.Acabar com a pobreza extrema e facilitar o acesso aos alimentos;

8.Garantir segurança e superação em momentos de crise ou desastres;

9.Incentivar uma modelo de governança nacional e internacional eficaz;

10.Lutar contra mudanças climáticas e desastres naturais.

Alimentação do futuro: desafios e tendências para abastecer a população global
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